Viagem ao Paraíso
Estive
em Florianópolis. A viagem de ida foi tranquila, mesmo considerando que eu
passei sono por um bom tempo para manter meu pai acordado e que dormir no Gol
ficou desconfortável. Não tinha muita certeza se eu ainda teria coragem de
chegar em Florianópolis para ir para a praia e nadar no dia seguinte, haja
vista que de Sobradinho, onde atualmente moro, até Florianópolis, são quase 12
horas de viagem, considerando o trânsito congestionado. Meu pai só ficava
perguntando para minha mãe “já chegamos a Torres?”, e quando ouvia o “não” em
resposta, reclamava “Que coisa! Parece que quanto mais eu ando, mais me
distancio de Torres!”. Fora as minhas perguntas de “a gente já chegou?” para
mamãe. Sempre amei praias, bem como as que têm ondas médias e dá para nadar.
Quando chegamos a Florianópolis, pegamos um
pequeno congestionamento para ir para a praia de Pântano Sul. Mas conseguimos.
Paramos num posto de gasolina para abastecer o carro, nos “desabastecermos” de
um líquido amarelo chamado xixi, e, principalmente, colocar o biquíni. Demorou um pouquinho para chegarmos na praia,
pois a mesma me parecia bem retirada, mas quando tive a “primeira vista da
primeira onda” vi que tinha valido a pena todo o esforço das 12 horas de
viagem. Deixamos o carro num lugar próximo e fomos nadar (só eu e meu pai
fomos. Minha mãe morre de medo de água, por isso, ficou tomando um bronzeado).
Achei legal aquela praia, dava para nadar e eu dei uns bons biquinhos. Mas, como todas as outras vezes em que fomos
na praia, minha mãe quis explorar o lugar. Meu pai aceitou, juntamente comigo (aceitei
de mau gosto pois tinha gostado da água e não tinha visto nenhuma água-viva
viva ou água-viva morta). Minha mãe contou-nos que tinha um acesso a uma linda
praia chamada Lagoinha do Leste, e que o único lugar onde era posssível o
acesso era uma trilha que, como falava o blog de trilhas (https://blogfloripa.wordpress.com/conheca-o-deolhonailha/trilhas-florianopolis-deolhonailha/).
Não queria fazer a
trilha, mas quem segura a minha mãe quando meu pai apoia? Tive que aceitar e me
despedir da praia. Arrumamos nossas coisas para levar (água, sacolinha
plástica, maçã e barrinha de cereal) e partimos para onde uma funcionária nos
explicou que era o começo da trilha. Vimos outras pessoas querendo subir
também, e, como nós, estavam meio perdidos. Mas foi só perguntar para um
vendedor de artesanatos para sabermos que já tínhamos passado a trilha. Fomos
para onde ele indicou e uma moradora nos perguntou, com aquele sotaquezinho
catarinense: “Vocêiss esstão indo para a Lagoinha? Já passsaram a trilha.”
Raivoso, voltamos uns três metros e vimos, pintado no chão
com tinta uma flecha indicando a trilha. Como poderíaos NÃO ter visto? Mas nos
embrenhamos na trilha. Fiz a frente, competindo, às vezes, a frente com meu
pai. Conhecemos um homem que nos ajudou um pouco na trilha, pois conhecia a
praia da Lagoinha e a trilha como a palma de sua mão. Mas, numa curva mal
feita, meu chinelo de dedo arrebentou. Tive várias ofertas de chinelo. Meu pai
me deu um dele, mas não quis porque era muito grande e ficava pior do que ir
com chinelo arrebentado. Minha mãe
também ofereceu, e eu não aceitei. Ficou deconfortável. Então resolvi ir de pé
descalço. Não me arrependi, pois tive mais firmeza e, como diz os participantes
do Desafio em Dose Dupla, ativa as mitocôndrias.
Demorou um pouco para
se ouvir o barulhinho magnífico do mar. Mas valeu todo o esforço que fiz.
Chegamos lá e eu e o pai fomos nadar. Tentamos até chegar à Lagoinha, mas tinha
uns espinhos esquisitos que se cravaram no meu pé (estava descalço) e se meus
pais não me conhecessem, achariam que estava fazendo uma espécie de dança da
chuva. Desistimos e fomos embora pela mesma trilha. Para mim, parecia que a
trilha se encurtou. Estávamos “mortos” de fome e parece que esquecemos que
tinha maçã e barrinha de cereal na mochila. Conseguimos voltar e fomos no
primeiro restaurante que vimos. Pedimos uma porção de camarão (só de escrever o
nome me dá água na boca!), outras duas de arroz, uma de salada e um suco de
limão para mim. Teve uma genorosa porção de camarão. Comemos até encher a
barriga. Não sei como entrou o
chocolate. Só sei que entramos no carro em direção ao hotel Bruggeman (onde
tínhamos nos hospedado), passamos por baixo da ponte Hercílio Luz e adormeci.
Não sei por quanto tempo, só sei que acordei com minha mãe me chamando para
descer do carro e ir para dentro. Tínhamos chegado no hotel.
De noite, fomos para o shopping, onde comprei minha nova
Monster High, a Catrine De Mew. Depois fomos a procura de um restaurante. Um
funcionário do hotel tinha nos indicado um que, segundo ele, era muito bom. O
Boka’s. Jantamos traquilamente e resolvemos comer ali na noite seguinte, pois a
porção de peixe era generosíssima. Pena que ali não serviam almoço, só de
sábado e domingo. Saímos e fomos para o carro, em direção ao Bruggeman. Era
perto, e por isso logo chegamos. Eu, meu pai e minha mãe estávamos,
literalmente, podre de cansados. Também, é subir trilha, é nadar, é caminhar...
Mas achei que valeu as 12hs de viagem por um dia bom como esse.
No dia seguinte, minha família desceu as escadas (não usamos
elevador) em direção ao café da manhã. Nossa! Aquele café servia de almoço e
janta! Parecia mais um banquete do que um simples café! Ainda mais que lá tem
PDQ (na minha família, abreviamos as coisas para brincar e abreviamos pão de
queijo para PDQ, com as iniciais)! Tomamos o café em silêncio e saímos de
carro. Era, finalmente, o dia da escolha de lugar do concurso que minha mãe
tinha passado! Que dia feliz!
Chegando lá, fomos
direto para o Instituto e tivemos que esperar, pois o pessoal das 10:00 ainda
estava lá e minha mãe era 30min depois. Passado alguns minutos, entramos na
sala e todos estavam quietos. Quando chegou da escolha da área de Português, me
deu um frio na barriga, mas fiquei atenta no telão. O primeiro colocado, como
sabíamos, escolheu Criciúma. A segunda, para tristeza de minha família,
escolheu Tubarão e o quinto (que era um negro que fez para vaga reservada e
passou, portanto, escolhia na frente de minha mãe) escolheu Araranguá. Minha
mãe escolheu Xanxerê.
Saímos de lá e fomos para um restaurante. Não lembro o
nome,só sei que foi uma delícia almoçar ali. Foi lá, também, que papai e mamãe
decidiram ficar mais um dia em Floripa. Voltamos para o hotel, dormimos, vesti
meu biquíni e fomos para a praia
dos Ingleses. Aquilo sim que eu chamo de
praia! Nossa, cada onda! Porém, teve uma em que eu quase me afoguei! Nunca vai
me sair da cabeça. Vi peixe, piranha, lambari, água-viva morta... Nunca vou
esquecer.
Pena que era hora de ir embora. De noite, eu sentia a onda me
puxando, a água nos meus pés, a mão do meu pai me puxando para mim não me
afogar... Tudo sonho. Acordamos, tomamos café e fomos embora. Tchau, Florianópolis,
tchau paraíso! Porém, ainda quero voltar, e não só de passagem, mas voltar para
morar e poder conhecer tantas belezas! Não sei como as pessoas destroem a
natureza, sabendo que ela é tão bela e tão importante para nós!
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