domingo, dezembro 27, 2015

Mudanças... Quem não fez?
Mudança. Pode ser o temor de um, ou a felicidade de outro. Ou a tristeza de ambos.
Foi assim que começou: um desejo. Chamado Florianópolis. Conheces? Esse era o desejo de muitos, e a realização de poucos. Mas dependia como sempre de todos nós. IFSC em Florianópolis; sonho de minha mãe. Praia, montanha e surf, de mim e de meu pai. Se realizássemos um desejo apenas por... Desejar, já teria realizado o nosso há muito tempo. Mas, como é a vida, cheia de mudanças E desafios nada se consegue tão facilmente. É assim que ninguém gosta, mas faz o agrado de todos. Faz-nos superar limites e pular barreiras. Realizar sonhos e pensar um pouquinho mais alto. Subir uma escada na qual antes caíamos.
E foi assim que, depois de dois concursos que minha mãe realizou, resolveu fazer o terceiro para tentar realizar seu maior desejo. Morar em Florianópolis. Era uma vaga e mais de duzentos candidatos. Desses duzentos, oito iam para a próxima e apenas um (a) ficava com a vaga. Será que minha mãe ia conseguir? Eu não podia duvidar de uma mestra em Educação e doutora na mesma? Minha mãe é fogo. E eu acreditava nela. Como disse antes, se fosse pela determinação e apoio, minha mãe tinha a vaga nas mãos. E ela não descansou. Estudava até tarde e acordava de madrugada, para estudar mais ainda. Foi para a primeira prova, a Objetiva, e passou com 82.50 de pontuação. Feliz da vida verificou a Discursiva: 85.00. Saltitando de felicidade, encaminhou a prova de Títulos. Essa é a minha doutora! Passou com 92.00! E, depois de trabalho em uma maquete para contar uma história, finalizou com a prova Prática. Fala sério! Dar uma aula?! Minha mãe só não faz isso há vinte anos! Tirou 84.67. Depois de uns dias de sufoco, pensando “será que eu passo?” “Será que eu não passo?”, chegou o dia do resultado final. Nesse dia, eu tinha futsal. Meu pai recebeu uma ligação, mas eu não notei. Estava muito ocupada marcando um de meus três gols daquela partida. Intervalo para tomar água, meu pai disse para tirar o colete que já íamos embora, com coisas para fazer. Dentro do carro, depois de largar uma amiga minha em sua casa, me contou:
_Bianca, a Lili passou.
Eu fiquei meio “quê?”. Não acreditei. Depois de perguntar mais de quinhentas vezes a mesma coisa, soltei um gritinho afobado. Sabes o que significava? Nós íamos para Florianópolis. Nós íamos para a praia. Realizaríamos nosso desejo.
Eu quase não queria ir para Florianópolis só pela mudança. Depois das sete que eu já fiz na vida, enjoei. É que, segundo meus pais, sou uma acumuladora de tranqueiras. São as minhas “coisinhas”, qual é! Mas a mudança tinha de ser feita. Procuramos imóveis. E começamos a encaixotar as coisas. Isso é o que sobrou, porque a maioria das minhas foi colocada no lixo. Mas deixa para lá. O desejo falou mais alto. Caixa de Barbie: encaixotado. Livros e cadernos velhos: encaixotado. Coisas para o cabelo: encaixotado. Mais brinquedos: encaixotado. Sobrou pouca coisa. Nessas horas, temos de ser fortes e coração duro para não chorar por cada coisinha que se perde. Você não pode levar tudo a que se apega. Você reconstrói ou pega novo. Você MUDA. Assim como a vida, certo? E foi assim que começou. E logo irá mudar. Mas não precisa ter medo. Porque a cada vez que tu se mudas ou faz alguma mudança, novas portas abrem-se. Um caminho novo é descoberto. Uma vida nova muda à velha. E acontece com você também. O velho é descartado. O novo tem de ser aceito. Assim como a mudança. Não só de ambiente, lugar ou modo de ser. Mas mudar a vida.

Mudança. Pode ser o temor de um, ou a felicidade de outro. Ou a tristeza de ambos.