quinta-feira, agosto 27, 2015

Aprendiz de Inventor

Resumo do livro: Aprendiz de Inventor

A história começa com o desejo de um menino para saber exatamente o significado dos sons. Vivia intrigado com o “Cocoricó” do galo, com o ZZZZZ de todos da casa quando dormiam do “bem-te-vi” dos bem-te-vis... Mas o que todos aqueles sons do mundo queriam dizer? O “Cocoricó” dos galos poderia significar “Hoje será um belo dia”, ou “meu dono é um chato”, ou ainda “por que tenho que cantar tão cedo enquanto os outros dormem?”. Diversificados sons poderiam significar diversificadas coisas. Mas o quê? Era o que o menino queria descobrir.
Depois de uns dias intrigado com outros sons, o garoto ficou sabendo que havia um inventor na cidade.  E foi imediatamente à sua procura. Chegando à casa do inventor (e entrando, pois a porta estava escancarada), o menino o encontrou construindo A história começa com o desejo de um menino para saber algo. Ele pediu ao velho o que estava fazendo, e ele disse que estava fabricando um Decifrador de Sons, e supôs que a pessoa que queria tal invento seria ele. O garoto, intrigado de como o homem havia descoberto, fez a ele a pergunta:
_Como o Senhor sabia que era eu?
_Vi no meu oráculo.
O velho apontou para uma geringonça esquisita, com uma tela de computador antigo.
_Com ele, posso ver os inventos que as pessoas querem, sem falar de saber o futuro e etc. Não que, como todo oráculo normal tenha um deus aí dentro. É um oráculo eletrônico.
O garoto nada disse, apenas sentou e olhou-o fabricar o seu Decifrador de Sons. Passado um tempo, o inventor deu a última apertada de parafuso e entregou ao garoto a máquina. O garoto agradeceu e foi saindo. O inventor advertiu-lhe de que precisava do pagamento. O garoto, cujos bolsos estavam mais lisos do que barriga de minhoca, disse-lhe que não tinha dinheiro. O inventor, que não previra tal fato, falou que precisava de um aprendiz. O garoto se ofereceu, e tornou-se o aprendiz de inventor.
O inventor apresentou-lhe algumas outras de suas invenções. O garoto, deparando-se com a que mais lhe despertava curiosidade, perguntou ao inventor:
_Para que serve esta invenção?
_Ela lhe diz se o que você perdeu está aqui ou na terra de Lá.
_O que é Lá?
_Lá é a terra das coisas perdidas. Tudo o que você perde vai para Lá.  E se não vão para Lá, ficam aqui. É para isso que esta máquina serve.
_Você já foi para Lá?
_Muitas vezes. Você aprende muito Lá.
A conversa silenciou-se. O inventor disse as últimas quatro palavras da tarde, entregando-lhe a Decifradora de Sons:
_Volte bem cedo amanhã.
Saindo da casa do inventor, o menino olhou para a Decifradora bem no momento em que uma criança chorava. A máquina informou-lhe: Estou com a fralda apertada! O garoto disse isso para a mulher, que olhou e afrouxou a fralda. O bebê parou instantaneamente de chorar. Chegando à sua moradia, foi dormir com a Decifradora de Sons a mão.
 No dia seguinte, obedecendo às ordens do inventor, o garoto saiu cedinho de sua casa e correu para a do inventor. Chegando lá, o garoto não encontrou nada mais nada menos do que nada. O silêncio predominava a casa. Ele não resistiu à tentação de dar uma espiadinha na máquina de Lá e Aqui. Queria saber se o inventor tinha “se perdido” e parado em Lá ou tivesse se perdido em uma mata Aqui. E assim fez a pergunta:
_Máquina, onde está o inventor?
A resposta foi praticamente automática: .
E agora? O inventor estava em Lá, mas como ir até Lá? Um aparelho, ligado, disse:
_Com os Óculos da Poesia!
O menino, com a sorte que tinha, olhou para baixo e viu um par de óculos. Só podia ser os da Poesia! Colocou-os e viu-se na casa do inventor, só que vazia. Tinha apenas um guarda-chuva, uma moeda... Coisas possivelmente perdidas.
 Saindo da casa, encontrou mais um montão de coisas perdidas: bolsas, uma bicicleta, sapatos, carteiras, canetas e, principalmente, brinquedos. Era o que mais tinha. Depois, algo começou a conversar com ele:
_Oi, garoto!
_O quê? Acho que estou ouvindo vozes...
_Pois você está falando com uma.
_Onde?
_Debaixo do seu nariz.
_Onde?
_Garoto, você já VIU uma voz?
_Não!
_Pois então! Uma voz jamais pode ser vista, mas sim, ouvida.
_Estou entendendo.
Depois de conversar com a voz, com a cabeça da mula sem cabeça, com um sorriso, um cachorrinho e um desejo, o garoto deparou-se com uma esperança. Essa esperança disse-lhe que não podia recuperar nada do que se perdera ali, e que a cada coisa que as pessoas perdem, ganham algo, que é experiência. Ele perguntou o porquê só as esperanças e desejos saíam dali, obtendo a resposta de que o desejo puxa e de que a esperança empurra, sendo que se uma é resgatada, ocorrendo o mesmo com a outra. Disse também que são palavras que as resgatam, porque a pessoa volta a ter esperança e desejo de vencer tal meta. Ela, por exemplo, era uma esperança de um homem que queria mudar o mundo. E ficou querendo.
No decorrer disso, o menino tinhas as seguintes anotações mentais para invenções de sugestão para o inventor inventar:
-Rede de palavras;
-Achador de coisas perdidas;
-Recuperador de coisas perdidas de Lá.
O garoto, já cansado, retirou os Óculos da Poesia e retornou ao mundo real, encontrando o inventor na sala de inventos. O garoto perguntou-lhe que, se estava na Terra e não em Lá, por que a máquina dissera que lhe estava em Lá? O inventor lhe disse que tinha pifado o botão de aqui, sendo assim qual for à pergunta, a resposta seria Lá.   

Minha opinião sobre o livro é que, quando o menino colocou os Óculos da Poesia, viu a Terra de Lá. Na primeira vez que li, pensei “o que Óculos da Poesia têm a ver com Lá?”. Agora, refletindo melhor sobre o texto, sei que, com a Poesia, podemos ver o mundo de um jeito diferente do “normal”.  Aprendi, também, a nunca desistir de uma esperança, nem de um desejo, porque, para recuperá-lo, dá um trabalhão... Com palavras certas, a esperança é recuperada. Com determinação, podemos realizar o desejo. Nada que se perde é à toa. É para aprender algo, por mais doloroso que seja. Ou talvez por descuido e bagunça, mesmo.

quarta-feira, agosto 26, 2015

Resumo do livro: A Chave do Tamanho.

Dona Benta está triste em decorrer da guerra, dizendo a Emília, que não entendia o porquê disso, já que a guerra era muito longe do Sítio do Pica-Pau Amarelo, que a cada pessoa que morre na guerra, para ela é como se morresse um filho seu. Emília, determinada como sempre, resolveu ir à busca de um desfecho diferente para a guerra. Ela pensou assim: se existe um início para a guerra, deve ter um final, assim como a chave abrindo o baú. E o baú é aberto e fechado por uma chave. Então, deve ter uma maneira de achar a Chave da Guerra e fechá-la! E assim fez. Na noite, enquanto Visconde dormia, Emília sabotou uma reserva do superpó que Visconde estava estudando e fabricando, tomou uma pitadinha e ZÁS! Foi-se para a Casa das Chaves, onde certamente encontraria a chave para fechar a guerra.
Emília chegou à Casa das Chaves, contendo (é claro) milhões de chaves. Porém, eram muitas e Emília não sabia qual era a chave certa para acabar com a guerra. Resolveu, por fim, abaixar as chaves de uma por uma até encontrar a correta. Abaixou a primeira e ZUM! Emília ficou presa embaixo de pano e mais pano. Quando se livrou de todo aquele trapo, que era a sua roupa (ela não encolhera com Emília) descobriu que havia abaixado a Chave do Tamanho. Ficou contente porque sabia que os homens da guerra agora nada poderiam fazer a não ser se cutucar com agulhas e espinhos.
Emília saiu da Casa da Chave, voando (literalmente) para o Sítio do Picapau Amarelo. Qual foi a sua surpresa que pousou no local mais inesperado: bem em frente ao pinto Sura, louco de fome, achando assim que Emília era uma minhoca (e das bem gostosas!). Tentou correr, mas seu passo de um centímetro comparado com os de dez centímetros do pinto Sura... Aspirou meio grão do superpó e ZIM! Foi parar num local desconhecido, perto do Sítio, talvez numa cidade vizinha. Andou (ou pelo menos, tentou andar) até atravessar a calçada, que demorou uns dez minutos, pois era pequena (seu comprimento era de um centímetro, para ter uma noção) demais para dar passadas que rendiam. Mas... Até que Emília estava reconhecendo aquele lugar! Era a cidade vizinha do Sítio do Pica-pau Amarelo! Não estava longe e... Só agora tinha notado que a cidade estava deserta. Apenas montinhos de roupas e mais roupas amontoadas pelo chão e carros estropiados em postes ou árvores eram o sinal de “apequenamento”, como dizia Emília.
Resolveu entrar numa casa, a de Major Apolinário, que, por sorte, conseguira escapar do monte de roupa que antes ele mesmo usava. Estavam (ele e sua família) todos nus. Porém, dentro de sua casa, tinha um gato: o gato da família, que não tardou a comer o Major, sua cozinheira e sua mulher. Apenas Juquinha e Candoca, que eram os filhos do Apolinário sobreviveram. Mas precisavam se vestir para protegerem-se do frio. A solução novamente veio de Emília, que enrolou Juquinha e Candoca em dois macinhos de algodão. Também enrolou os pés, pois aquilo que antes chamavam de “chão”, é uma enorme pedreira! Emília, gentinha inteligente, molhou suas botinhas em gema de beija-flor, que os levou para o seu ninho, a fim de fazê-los como palha. Por fim, os três encontraram Visconde, que lhes deu a cartola para casa, ou melhor, Sítio da Emília, no qual ela guardava seus badulaques. Juntos, visitaram (com o superpó) a China e outros países, a fim de ver como fora o “apequenamento” para aquelas bandas.
Quando chegaram ao Sítio do Pica-pau Amarelo, fizeram um “júri” para decidir se o tamanho voltaria, pois só Emília sabia o caminho de volta para a Casa das Chaves. Pobre Visconde! Ficou com ele o destino de decidir se as pessoas voltariam ao tamanho normal, já que os votos a favor do tamanho empataram com os que eram contra o tamanho. Emília, achando que Visconde era seu escravo, achou que ficariam pequenos para sempre (que bom!). Porém, Visconde votou a favor do tamanho. Ele e Emília tomaram mais superpó e foram à Casa das Chaves, no qual a Chave do Tamanho foi reerguida e, supõe-se, muita gente no mundo morreu de “entalamento”, pois os que se escondiam em fresta e tijolos...

O final, para mim, foi um grande choque. Nunca imaginei que o Visconde de Sabugosa iria ser a favor do tamanho. No livro diz que Emília mostrou para ele os benefícios de ser pequeno, que agora, onde ricos construíam mansões, antes se contentariam com um pequeno balde, bem como a Cidade do Balde, citado em inglês. Achei que Visconde compreenderia que, em vez de matar vacas e porcos, poderíamos matar minhocas (lol!), voar em besouros... Acho que a vida seria melhor.