segunda-feira, julho 11, 2016

Lixo: um problema de cor e cheiro

Lixo: um problema de cor e cheiro

Pela praticidade, escolhemos as coisas mais fáceis de fazer ou preparar. Oras, não é mais fácil e prático comprar um Miojo de micro-ondas para o almoço do que ter de comprar o macarrão que não é instantâneo e ainda por cima ter de prepará-lo? Não importa. Ambos geram algo que existe, mesmo que longe do alcance dos nossos olhos: o lixo.
Quem mora em apartamentos sabe. Eu, por exemplo, levo o lixo para o ponto de coleta do nosso andar todos os dias. Ora cheio, ora vazio, o lixo que deixamos ali acumula tudo o que, supostamente, estraga e não pode ser reaproveitado. Supostamente. O consumo ultrapassou os limites.
No lixo, encontramos muitas coisas; desde fraldas usadas até materiais tóxicos. Por falar neles, os mesmos estão muito presentes em nosso dia a dia. Ou noite a noite. Sabia que nossos travesseiros são revestidos de materiais tóxicos? Significa que você passa com a cabeça apoiada num material tóxico pelo menos 8hs por dia.
Mas, pessoal, convenhamos: não existiria TANTO lixo se não fosse pelo consumo que corre desenfreado pelo mundo! Numa dessas muitas crises que tivemos, a solução proposta não foi educação, segurança, justiça, ética! Foi-nos incentivado a comprar, consumir, comprar, consumir!
O cidadão, hoje em dia, não é conhecido como educador, educando, trabalhados, etc. Ele é visto como CONSUMIDOR.
Algumas coisas nos levam a consumir. Se chutou “não se sentir bem consigo mesmo” ou “consumir porque precisa, dãh”, errou. Agora, se pensou em “mídia”, acertou (não que a mídia seja a única coisa que nos leva a consumir; existem vários fatores, e a mídia é só uma). Muitas crianças pedem para os pais comprarem coisas pela propaganda de TV relacionado ao objeto, ou porque tem Elsa ou Bob Esponja estampado na embalagem do produto.
Exemplos? MCLancheFeliz. Você compra e… Surpresa! Junto, de “brinde” (coloquei entre aspas pois NÃO é brinde, afinal, PAGAMOS por ele) vem um brinquedinho que brincamos, no máximo, 30mins e jogamos no armário ou no lixo, o que estiver mais perto.
O tal brinquedinho fica esquecido, vemos mais TV, que diz que MCDonald's lançou outro, compramos, brincamos, enjoamos, descartamos e por aí vai. Mas esses “brinquedinhos”, feitos de plástico não podem ser reciclados. Por quê? Porque plástico é feito de petróleo, o que significa que jogamos um combustível fóssil valioso e escasso fora toda vez que tomamos refrigerante (ou outros) e jogamos sua embalagem fora.
Outra coisa que critico é uma suposta solução para o problema do lixo: os 3Rs. Reduzir, reciclar e reutilizar. Na minha opinião, reciclar deveria ser nossa última opção para o autopoliciamento. Os meus Rs ficariam assim:
REPENSAR o que fazemos. Será que precisamos mesmo de tudo isso?
RECUSAR tudo. Recusar tanta informação, recusar todo o ciclo capitalista de viver.
REDUZIR o nosso consumo. Não podemos parar completamente de consumir, mas realizar o mesmo de uma forma reduzida.
REUTILIZAR o que pudermos. Se não pudermos separar o lixo para a reciclagem, reaproveitar é o melhor caminho.
RECICLAR tudo. Não só o lixo, mas as ideias que temos agora para realmente evoluirmos o mundo.
Mas, espere! Há coisas que não podemos reciclar, como uma caixa de leite, que possui uma camada de papel, metal e plástico. Dessa maneira, é impossível separá-los. Isso é planejado pelos produtores de tudo isso. Sabe como? De dois modos:
Obsolescência planejada: um jeito bonitinho e complicado para se falar de uma coisa é fabricada para ir ao lixo.
Obsolescência perceptiva: a velocidade que eles acham para um produto estragar.

Viram como é? Não se preocupe. Dá tempo para uma virada radical, no consumo e no comportamento de todos. Recicle seus pensamentos e antigas ideias. Recicle o mundo de hoje, torne-o melhor. Depende de você.