segunda-feira, dezembro 22, 2014

Um xeque-mate contra o preconceito

Um xeque-mate contra o preconceito

Em uma terra muito estranha, na encosta da Alemanha, bem perto da Grã- Betanha, viviam dois povos. A terra dividida por eles, como disse, era muito estranha, pois o chão era feito de quadriculados pretos e brancos.
 As duas terras se chamavam Anintaka e Resistêncius. Na terra de Anintaka, vivia um povoado branco e muito feliz, mas muito racista, tanto que , quando viam um negro, o expulsavam a pedradas ou o capturavam e o afogavam no rio. Já Resistêncius, como diz o nome, era para a resistência dos povos negros, que não aceitavam serem discriminados daquela maneira.
 Anintaka era governada por um rei e uma rainha, muito ambiciosos e muito cheios de si. Resistêncius, governado também por um rei e uma rainha, lutavam para combater o racismo e não se importavam tanto com bens materiais, pois achavam de que o que precisavam mesmo era a união, a felicidade e o amor. Só havia uma coisa em comum entre os reis: cada um se achava muito esperto e inteligente, tanto que travavam batalhas de matemática. É daí que surgiu a multiplicação, a adição, a subtração, a divisão e a fração, tudo criado pelos reis.
 Porém, um dia, o rei negro desconfiou de que o rei branco o trapaceara num jogo chamado Monopoly, pois o rei negro quis comprar Copacabana e o rei branco escondeu sua carta do título de posse, sem contar que roubava do banco toda vez que o rei negro ia ao banheiro ou se distraía um pouco. Por isso, o rei negro mandou chamar quatro de seus peões para ir investigar o rei branco, apenas para ver se comprovava a trapaça. Caso comprovasse, seria proposto ao rei branco um enorme desafio ou iria simplesmente o açoitar nu na praça central de Anintaka, aos olhos de todos. Mas ainda não estava decidido, apesar de sua preferência pela segunda opção.
 No dia seguinte, apenas três peões chorosos voltaram da missão. A rainha negra mal conseguiu se conter em seu aposento e foi ao encontro dos peões, cada um mais triste que o outro. Ainda soluçando, contaram à rainha o que acontecera: o peão mais corajoso do grupo fora capturado e foi submetido a uma execução sangrenta na praça central de Anintaka. A rainha negra ficou chocada e triste, pois cedeu ao peão capturado o seu cavalo mais veloz e o mais adorado em Resistêncius. O rei negro, por sua vez, quis saber se o rei branco comentou com alguém a sua trapaça no jogo Monopoly. O peão mais baixinho respondeu que ouvira o rei branco comentar com a rainha branca a sua esperteza no jogo, dizendo que “passara a perna” no rei negro. O rei negro ficou furioso, pois não queria que o rei branco comentasse com ninguém a sua derrota. Achou também uma injustiça o rei branco não ter falado com a rainha branca, sua esposa, como derrotou o rei negro, como trapaceou.
 Enquanto o rei negro bufava de raiva, a rainha negra tentava acalmar os peões, pois os mesmos ainda choravam e soluçavam a valer.
 Enquanto isso, no castelo do rei branco, em Anintaka, a rainha branca derramava lágrimas de alegria pela vitória de seu marido, pois ele contara a ela que o rei negro apostou que quem ganhasse o jogo seria a pessoa mais esperta dos dois povoados. Ouvindo isso, a rainha branca deu pulos de alegria e mandou os bispos brancos de Anintaka fazer uma missa em homenagem ao rei branco. Também pediu aos seus seis peões brancos para enfeitarem as duas torres brancas do reino com os mais finos tecidos. Mandou seus dois peões brancos montarem nos seus dois cavalos e entregarem convites para o povo de Anintaka para uma festa bem animada em seu palácio, tudo em homenagem ao rei branco. Também, depois da festa, para encerramento, pediu para o rei branco açoitar o peão negro capturado e, por fim, executá-lo. Porém, essa festa não duraria muito. O rei negro, sabendo da festa da “vitória” do rei branco e também da mentira da aposta, planejou que ele, a rainha negra, seus sete peões, os dois bispos e seu cavalo fariam uma emboscada ao rei branco, forçando-o a devolver seu peão negro e também obrigando a dizer a verdade sobre o jogo. O rei negro também encarregou três de seus peões para colocarem explosivos no chão quadriculado preto, e para sua corte não explodir, fez com que as bombas só explodissem quando alguém da corte branca pisasse. Pronta a emboscada, se prepararam para viajar da corte de Resistêncius para Anintaka. Chegando lá, cada um tomou seus postos o mais rápido possível, pois perceberam que já estava quase na hora da execução. Conseguiram salvar o pobre peão na última hora, pois quase o rei branco desceu o machado no coitado. Mas o rei branco não se deu por vencido, convocando seus peões, bispos, e seus três cavalos (contando com o roubado) para a guerra. Foi muita luta, mas felizmente ninguém morreu.
 Enquanto os dois povoados brigavam, o rei negro e o rei branco travavam sua própria batalha. No decorrer da mesma, o rei branco caiu num quadriculado preto e estava prestes a explodir, mas a rainha negra sentiu pena do rei branco e o salvou do explosivo. O rei negro ficou muito bravo, mas a rainha negra teve uma conversa com ele e, no fim, o rei negro decidiu poupar a vida do rei branco, pois ele viu que brigar por um peão e um cavalo não era motivo suficiente para uma guerra daquelas. O rei branco se deu por vencido e disse a verdade sobre o jogo para o povo de Anintaka. O povo de Resistêncius e de Anintaka fizeram as pazes e as pessoas de Anintaka prometeram não fazer mais mal nem discriminar os negros nem a qualquer povo, indiferentemente de suas crenças, religiões, características físicas, classe social e condição de vida.


Obs.: Esta história é de minha autoria e, como anuncia o título, foi inspirada nas regras do jogo de xadrez, do qual gosto muito. Inclusive, ganhei competições, sendo que tenho duas medalhas que conquistei quando estudava no Colégio IMA, de Rio do Sul em 2012 e 2013. 

sexta-feira, dezembro 12, 2014

Refletindo sobre a agropecuária

Refletindo sobre a agropecuária

      A agropecuária é importante para nós, pois garante nosso sustento e também não deixa faltar proteínas e nutrientes em nossa mesa. É graças aos agricultores e pecuaristas que podemos fazer as compras do fim de semana, pois são eles que realizam o plantio, a colheita, o transporte... Vamos nos aprofundar um pouquinho mais neste assunto?
    A agricultura é a plantação de diversos vegetais, verduras e de diversificadas espécies de plantas. Quando colhido, os grãos são transportados para fábricas, onde sofrem várias transformações, passando assim para vários setores: primário(colheita, plantação), secundário (o alimento sofre transformações, bem como morango virar geleia) e terciário (o alimento é comercializado, pronto para o consumo humano). Só não é muito correto o uso de agrotóxicos que protegem as plantas de pragas e parasitas. O controle dessas pragas pode ser feita de forma mais ecológica, sem prejudicar o meio ambiente, pois muitas vezes os agrotóxicos vão para os rios e lagos, intoxicando os animais e a nós, seres humanos.
      Parte das coisas feitas pelos pecuaristas é cuidar de suas criações (bovinos, suínos, caprinos, equinos, etc). As criações são uma ótima opção de comida, pois contêm proteínas que  nosso corpo realmente precisa. As fazendas que possuem as criações têm o solo bem impermeável, impróprio para produção agrícola, pois o pisoteio é grande. São, também, grandes áreas que foram devastadas para formar as fazendas, um grande prejuízo para a natureza. Sem contar que há especialistas que afirmam que a criação de gado prejudica o meio ambiente porque, ao arrotar, liberam gases poluentes. Também que grandes rebanhos precisam de muita comida e água, sendo que os mesmos poderiam ser aproveitados diretamente pelo homem, já que os grãos, por serem mais baratos, são mais acessíveis a todos, diferente da carne, que nem todas as pessoas tem condições de comprar.
   Diante de tudo isso, é possível concluir que a agropecuária é muito importante para nós. Sem o homem do campo, não há comida, e se não há comida, não tem como sobreviver. Porém, a agropecuária não é um ¨mar de rosas¨, pois conforme visto, também prejudica o meio ambiente. Por isso, é necessário que os agropecuaristas reflitam bem sobre suas atitudes e nós precisamos ter conhecimento sobre isso.     

Obs.: Esse texto foi escrito para um concurso de produção de texto da minha escola sobre o tema e foi premiado em primeiro lugar.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Os cinco porcos e suas diferenças

Os cinco porcos e suas diferenças

Era um vez, em uma terra nada distante, porque é aqui mesmo no Brasil, em uma pequena fazenda, no chiqueiro, viviam os cinco porcos.
Eram diferentes, lógico, mas cada um tinha suas ideias, que, por isso, brigavam a cada movimento de translação e rotação da Terra, ou seja, a cada 24hs e a cada 365 dias. Além disso, não sabiam dividir direito as tarefas do chiqueiro, pois foram maus alunos quando tiveram aulas de fração.
Certo dia, enquanto o dono dos porcos estava dando comida para eles, o porco ateu escutou um sussurro do fazendeiro sobre eles :
-  Hummm... Meus porcos estão ficando gordinhos... Vou tratar eles bem, pois o Natal já está chegando e a minha família adora porco assado para o réveillon.
     O porco ateu não pensou duas vezes: precisava contar aos outros porcos. Achou que eles não queriam virar comida de réveillon.
   Quando contou para os amigos o que ouvira, o porco católico respondeu:
- Amigo, se Deus quiser, O Todo Poderoso vai mandar seus anjos da guarda para nos salvar.
 - Há-há-há-há-há! Ô ingenuidade pura! Isso é que é ser burro apesar de ser porco! Deus não existe! Há-há-há-há-há!
      O porco ateu respondeu.
 - Se Deus existe, nunca o vi, pois ele comanda o reino divino dos mortos. Se continuar assim, você nunca vai ver o quanto estou certo quando morrer, pois Deus castiga, irmão!!!
 - Amigos, parem com a discussão! Não estão vendo que se continuarmos com as nossas ideias, vamos mesmo virar comida de festa de réveillon? Temos que nos UNIR! Temos que fazer um plano juntos! Não podemos ir, simplesmente cada um para um lado e pronto, acabou! Temos que fazer juntos! Elaborar o plano juntos! Ir embora juntos! Deixar a fazenda juntos!!!!!
 Diz o porco homossexual.
      Nesse momento, o porco africano e o porco indígena lembram do amigo Lobo-Bom vegetariano e resolvem, juntos, pedir socorro a ele. O plano era simples. Pedir a ele que conversasse com o fazendeiro, explicando a ele que poderia fazer uma ceia com menos carne e mais vegetais, o que além de ser mais saudável, pouparia a vida dos porcos, afinal, a vida dos animais não tem menos valor do que a vida dos humanos.

      E assim aconteceu. O lobo conseguiu conscientizar os humanos e ainda, para fazer isso ser selado, ajudou o fazendeiro a fazer uma horta, com vegetais e frutas, tudo orgânico e sem agrotóxico, pois deixa a terra improdutiva e acarreta a desnutrição. Afinal de contas, segundo a ciência, nossa espécie evoluiu de animais. E para que continuemos o nosso processo de evolução, o mínimo que podemos fazer é respeitar todas as formas de vida, bem como as diferenças. E os porcos? Apesar de suas diferenças, aprenderam a respeitar o outro e viveram unidos parar sempre.

sexta-feira, dezembro 05, 2014

O Curupira e o Caçador.

                                   O Curupira e o Caçador



   Esta história conta sobre um caçador que ficou perdido em uma floresta, densa demais para poder sair. Quanto mais o caçador andava, mais se embrenhava na mata.A noite chegou, e não demorou muito para ele achar uma árvore, grande o suficiente para abrigá-lo de répteis e aracnídeos, como a cobra e a tarântula. Mesmo assim, como um bom caçador, ficou atento a qualquer ruído.
   No dia seguinte, o caçador continuou a caminhada, à procura de alimento e de água. Então, o caçador se lembrou de um aventureiro que ficou perdido no meio da mata por uma semana até o resgate chegar. Havia um boato correndo de que o aventureiro sobreviveu comendo frutas e tomando a água que chupava dos musgos encontrados nas árvores velhas e caídas. Depois de se lembrar disso, o caçador resolveu prestar mais atenção nas árvores velhas, tombadas e também nas frutíferas, pois pensou que isso poderia salvar a sua vida. E prestou tanta atenção que viu, em uma clareira, uma árvore enorme, e pensou que, com tamanha altura, era velha. E ele acertou. Nela, havia musgo para vender, alugar e se quisesse, para distribuir grátis na grande São Paulo. O caçador se aproximou da velha árvore e, nela, para seu terror, dormia o curupira. Por um tempo, o caçador ficou admirando seus dentes azuis, seu cabalo cor de fogo e, como diz a lenda, seus estranhos [mas bonitos] pés virados. O caçador não pensou duas vezes : correu em disparada para uma moita próxima, com intenção de se esconder e ver o que o curupira iria fazer. Em minutos, o curupira acordou e, com água na boca disse :
 -Sinto cheiro de humano. Não acredito! Pela segunda vez nesse dia, tenho me acordado com o cheiro de humano bem perto de mim! Não vejo razão para um ¨sangue-ruim¨ entrar na mata!!! Bom, pelo menos já tenho um almoço para hoje, e com esse ¨sangue-ruim¨ tenho garantido o jantar!
   O caçador, que não quis virar virar janta de curupira, e, mais uma vez, correu em disparada, sem descanso, até chegar em uma pequena vila, onde pediu carona para um caminhoneiro até a vila vizinha,onde morava. Quando chegou em sua casa, viu sua família, sentiu uma felicidade invadindo o peito, de forme que nunca acontecera antes. Ele tinha pensado que nunca mais veria sua esposa, seus filhos, seus parentes... Mas a lembrança desapareceu, pois foi recebido com festa e com um super almoço, preparado por os melhores cozinheiros da vila.
  Depois de pensar em sua aventura, o caçador se lembrou dos lindos dentes azuis do curupira, pensando em arrancá-los para mandar a esposa [que uma vez trabalhou como artesã] fazer um colar para sua filha mais velha. O caçador sabia do risco, mas a tentação foi mais forte : pegou seu martelo e se embrenhou de novo na mata, à procura do curupira. Quando o  achou, o curupira estava dormindo  ao tronco da mesma árvore anterior, com a boca aberta. O caçador aproveitou a oportunidade para martelar seus dentes, a fim de arrancá-los. E conseguiu.
   Quando chegou à sua casa, o caçador pediu para a mulher para fazer um colar e, quando estava pronto, presenteou sua filha. Porém, isso tinha um preço : na noite, enquanto ele estava dormindo, o curupira veio e, com um golpe de faca, tirou a vida do caçador, usando suas costelas para fazer seus novos dentes.