sexta-feira, fevereiro 03, 2017

Escola nova. DE NOVO. E o que eu penso sobre ela.


Uma reflexão para minha volta às aulas

Ah, férias. Momentos muito bem merecidos depois de duzentos dias dentro de uma sala de aula, ouvindo e enfiando coisas na cachola. Momentos de viajar, fazer outras coisas e conviver mais com a família. De relaxar e largar um pouco dos deveres de casa, provas e trabalhos. De esquecer tudo isso e preparar-se para aliviar a memória. De amar e dar mais atenção para aqueles com que convivemos diariamente, porém, às vezes, os tratamos mal em decorrer do dia corrido e muitos afazeres, ainda a serem feitos.
Nossas férias foram uma maravilha. Brincadeiras, risos, praia, sem brigas. Conheci mais um pedacinho da minha própria família, aquela que muitos chamariam de “sem problemas”. Digo que é quase nula a probabilidade de convivermos com uma pessoa sem ocorrer alguma briga, porque é natural do ser humano ter a própria opinião e, quando achamos que a nossa está certa, discordar da dos outros. Enfim, férias maravilhosas.
Mas, depois de três meses de pernas para o ar, é chegada a hora de voltar novamente para os duzentos dias letivos, dentro da sala de aula, ouvindo e enfiando coisas na cachola. Mas antes fosse esse nosso maior desafio. Aprender é prazeroso, e notas são apenas notas. Um número, afinal, resume uma pessoa? Não! Nosso maior problema é o colégio. Nem sempre a escola tem a mesma proposta dos nossos ideais, e isso resultou numa troca de escola imensa. Em cada ano dos meus (quase) 12, acho, estudei numa escola diferente. E sempre mudava, em busca de uma melhor.
Espero sinceramente que a escola que arrumamos seja o que esperamos. Natureza, reais aprendizagens (porque o que fazem nas escolas, em geral, é “decoreba”, porque apenas “aprendemos” alguma coisa quando tem uma prova, desse modo, passou a prova, passou o aprendizado?), amigos. E, naturalmente, pouquíssima, senão nula, falsidade e superficialidade do povinho do meu antigo colégio. As ideias do pessoal da Escola da Fazenda são compatíveis com as nossas: laica, sem datas comemorativas (exceto algumas, mas poucas), contato com a natureza, prioridade para os pais e alunos e mostraram-se muito abertos a aceitar todas as nossas sugestões. Os que estudam ali são muito amigáveis, já fiz amizade com uma menina. Ana Rosa, tu és boa companhia e muito carinhosa. Foi bom jogar xadrez contigo, mas não porque eu ganhei, viu?
Para essa nova escola, espero realmente voltar para casa empolgada com o conteúdo, contando como funciona isso ou aquilo ou sonhando com uns cálculos (que geralmente não são sonhos, são pesadelos). Espero ter professores bons, que não sejam apenas professores que ficam mais ou menos 50mins dentro da sala me fazendo aprender, mas que sejam meus amigos. E espero ter amigos. De verdade, que sempre estejam comigo e me aceitem como eu sou, porque estarei com eles e os aceitarei como são. Não aquele tipo de amigo que se chateiam por qualquer coisa, como, por exemplo, sermos sinceros (afinal, era para ser sincero ou educado?), ou quando não os esperamos para a fila do recreio. Quero uma escola que realmente me faça sentir parte dela, que faça parte de mim. E saberei disso quando sair. A maior prova da saudade é aquele vazio enorme dentro do coração, e se a saudade for grande, mesmo, pode até sair do coração e atingir outros órgãos, como os pulmões, rins e por assim vai.
Quero algo que me deixe ser eu, sem me modificar, apenas me ensinar. Enfim, espero uma escola que me faça feliz, que realmente nos integre a ela. Uma que faça parte de mim e me incentive a “artistar”, que não me enquadre em alguma gavetinha, que me deixe estender meus limites sem criar alguns para mim. E, além de tudo, um colégio que me ensine realmente coisas. Para a vida, não para as provas. Coisas que eu levarei para sempre na memória, pois além de memórias nada mais restará. Memórias que depende da escola transformá-las em boas ou ruins.