domingo, março 20, 2016

Diário de bordo de Neil Armstrong, uma proposta da aula de Ciências.

Diário de bordo de Neil Armstrong
O solavanco de nossa nave nos indicou que deixávamos a Terra. Normalmente, os propulsores desta máquina maravilhosa completaram os três estágios. Eu estava muito ansioso para isso! Meus companheiros de bordo estavam muito tensos, mas Aldrin está muito mais nervoso. Atingimos a altitude de 67 km da Terra, e o primeiro estágio da máquina é liberado. Quando me contaram do negócio de vir para a Lua, eu fiquei babando. Mas depois concluí que seria uma experiência e tanto. Atingimos os 188 km da Terra, e o segundo estágio da nave é liberado. Fiquei uns 12mins imaginando como era a Lua, ou melhor, como era a sensação de pisá-la. Neste exato momento, o terceiro estágio completa-se, e agora a Saturno V está em órbita da Terra. A visão daqui é fantástica. Só vemos azul, marrom, talvez até um pouco de verde. E aquilo foi suficiente para despertar uma imensa curiosidade em mim. Será que a Lua era assim, tão linda e maravilhosa?
Pensei um pouco. Aliás, pensei muito. Por umas três horas, eu pensei. Notei que os foguetes foram acionados, e eu tiraria minhas dúvidas e comprovaria minhas certezas. Talvez as mudaria por completo. Os módulos de nossa nave se separam. Eu e Aldrin não nos falamos muito, mas sua expressão dura e rígida não me convidava a iniciar uma conversa. Talvez ele não estivesse habituado com a Gravidade Zero, ou apenas se sentisse desconfortável. Mas eu estava adorando.
Ao completarmos três dias e algumas horas de viagem, nosso módulo de comando finalmente entrou na órbita lunar. Aldrin suspirou alto o bastante para que eu ouvisse “ela é linda, não, Neil?”. Eu respondi “Muito.” Uma linda Lua, cheia de crateras, sem gravidade. Para muita gente não passava disso. Mas para mim era simplesmente a coisa mais maravilhosa que eu já tinha visto. Mesmo vista da Terra, a Lua me impressionava. Quanto mais de perto!
Mais um dia se passou. Eu estava louco para ser o primeiro ser humano a pisas na Lua. Eu e Aldrin entramos no Módulo Águia, que nos levaria até ela. Nosso outro companheiro de bordo, Michael Collins, permaneceu na órbita lunar, dentro do módulo de comando. Nunca esquecerei este dia: 2 de julho de 69. Já estava sonhando com o título: “Neil Armstrong, primeiro ser humano a pisar na Lua!”. Até pensei numa frase que merecia ficar famosa. Decidi que “um pequeno passo para o homem e um grande um grande passo para a humanidade” seria perfeita para a ocasião. A nave Águia pousou. Aldrin me disse “vai à frente”. Não contrariei. Pulei da Águia e aterrissei. Como pensava Galileu, a Lua não é uma esfera perfeita. Mas é linda, mesmo deformada. Não encontramos alienígena, como tinha brincado Collins, mas as crateras realmente eram bem mais fantásticas que eu ousara pensar. Pouco a pouco, disse à frase que eu julguei bonita e adequadamente ideal. E não sabia que elas se tornariam tão famosa a ponto. Infelizmente, o que é bom dura pouco. Sendo assim, o que é ótimo dura pouquíssimo! Tivemos que partir, e me pareceu que Aldrin ficou muito mais aliviado ao pisar na nave do que quando pisou na Lua.
Depois que o módulo Águia decolou da Lua, nos encontramos com Collins, e para voltarmos a Terra, tratamos de descartar o módulo Águia. Os módulos de comando e de serviço são acionados, e separados quando nos aproximamos da órbita terrestre. Passei o tempo todo sonhando, porque eu não pensava. Não se pensa com a Lua. Sonha-se com a Lua. Ainda não acreditava que havia pisado nela, e prometi que, quando chegássemos a Terra, idolatraria minhas botas, as quais tiveram a honra de tocar aquela maravilhosa esfera imperfeita. Lamento, mas entramos na atmosfera da Terra. Talvez vós ainda possais conhecer o que eu conheci, e desfrutar o que eu desfrutei. Talvez você possa sentir o que eu senti, o  que eu tanto sonhei, enfim, o que eu tanto amei.