domingo, maio 15, 2016

Uma saudável decisão

Uma saudável decisão

Nossa decisão começa a partir de um dos problemas de nossa cidade: Florianópolis. Se pensou em “congestionamento”, pensou corretamente. Todos os dias, em todos os períodos, vemos a capital catarinense (ilha) cheia de carros, motos, ônibus, caminhões. Tantos meios de transporte, que no papel serviria para nos ajudar, adiantar nossos afazeres… Realiza o efeito CONTRÁRIO, se realizado na prática. Quanto mais carro, acredite! Mais estresse na estrada. E quem não é paciente no trânsito… Vira paciente no hospital. E, o pior de tudo, é que nunca tomamos uma atitude: reclamamos do trânsito e fazemos parte dele. Esquisito, não?
Foi assim que começamos: congestionamento. Todo dia íamos de carro para escola, que fica a uns 5Km de distância de meu apartamento. E todo o dia, na volta ou na ida, nos congestionávamos. Seja lá em sinaleiras ou excesso de carro. Sempre a mesma coisa. E, não tenho vergonha de confessar, andávamos um pouquinho (1Kg, mais ou menos) acima do peso. Pensamos: temos a Beira-mar. Na Beira-mar, tem ciclovia e ciclofaixa. E na ciclovia/ciclofaixa, é possível andar de bicicleta. E, ainda, queimamos calorias abdominais, fortalecemos bíceps, tríceps e abdômen. Sem contar que usaríamos mais a bicicleta, já empoeirada no minúsculo bicicletário, cheio de bicicletas inutilizadas, que os donos ou não se importavam ou tinham de “enfeite”.
Preparamo-nos (e até lá, mais uns dias congestionados), com mochilas leves e flexíveis, compramos faróis para minha bicicleta (uma Caloi 500 novinha!) e para a do meu pai (uma Fischer, com mais idade que a minha). Juntamos disposição do cantinho mais obscuro da preguiça, obstruindo o brilho da mesma. E vamos lá!
Mais um motivo para começarmos a utilizar nossas bicicletas: eu estava louquinha por uma prancha de surf, roupas e tudo. Como já surfo de Body Board, quero evoluir um pouco… E gastamos MUITA gasolina indo de carro. Abastecíamos todos as semanas, e com o dinheiro economizado, compraremos minha futura prancha. Serve de incentivo!
Não lembro-me direito do meu primeiro dia. Reconhecimento de área, novos caminhos, atalhos, trocas de pista… Mas o importante: cheguei sã e salva em meu colégio. Um pouco despenteada e suada… Mas que importava? Já ia pensando em mim pegando um swell (SE eu conseguir a prancha e SE eu tiver coragem…). A aula foi boa, tudo como sempre. O ar-condicionado ligado, eu com meu casaco de capuz, estava MUITO sonolenta. Pronta para embarcar no carro e… Epa! Carro? Que nada! Bicicleta, isso sim! Papai já estava a postos, me esperando. Marcamos a hora quando saímos, e quando chegamos… SIMPLESMENTE NÃO ACREDITAMOS. Chegamos de 2omins a 30mins mais cedo do que o normal. E até h0je, continuamos indo de bicicleta, indo na “carona” da saúde, dando risada quando passamos pelos carros congestionados, dando “tchauzinho” para tudo o que fica atrás de nós.

Num dos intermináveis dias de minha vida, vi, na Beira-mar-Norte, uma dessas multinacionais de automóveis, anunciando o novo HB20. Olhei para o lado. Vi um monte de carro congestionado e pensei “será que precisamos MESMO de MAIS carro?! Não basta isso?!”. E os anunciantes felizes, felizes por enganar mais trouxas como nós, que achamos que precisamos de um novo HB20. Se fosse uma bicicleta, algo como um Caloi mais avançada (velocidade, leveza, marchas), eu até pensaria no assunto… Agora, mais carro? Logo, logo, não sobre oxigênio para contar história. Só poluição. Emitida pelos carros. Carros novos. Carros velhos. Como o HB20. Consumismo. Logo não vai ter espaço pro carro. Não vai ter atmosfera. Não terá vida. Eu prefiro continuar de bicicleta, batalhando pela minha prancha, pela saúde, contra as multinacionais. Lutar pela vida. Uma dupla a menos na estrada. Uma dupla a mais nas ciclovias. E você? O que está esperando? Acha perigoso ir de bicicleta, se misturando aos carros? Tome uma iniciativa. Resolva seu problema. Pois perigoso mesmo é a ignorância de sempre repetir a mesma coisa dia após dia.