Coragem
e Boa Ação
Na
verdadeira história que irei lhes contar, estarão presente as virtudes, cujo
nome é coragem e boa ação. Se quiseres, podes substituir boa ação por
simplicidade ou humildade; o que preferires.
Tudo
começou quando eu estava lá embaixo do meu apartamento, onde se encontram
playground e estacionamento, brincando juntamente com dois amigos meus de
Monster High e Barbie. Juntamente comigo, estava minha caixa de papelão lotada
dos mais diversificados brinquedos: Barbie, jogos, balões, animais de
borracha... entre muitos outros. Minha amiga Laura notou um cachorrinho de
pelúcia rosa acima de minha caixa; prontifiquei-me a dizer que meu não era.
Pedro nada disse, senão o mesmo que eu. Por um momento, fiquei até feliz:
“ganhei um bichinho de pelúcia!”. Depois, lembrei-me de que alguma criança
poderia procurá-lo, pois de alguém era. Lembre-me também que a mesma situação
já decorrera comigo: perdi meu cachorrinho robô dentro de um ônibus, quando
minha idade era de 3 a 2 anos. Eu adorava aquele brinquedo, em especial. Minha
mãe entrou em contato com a empresa de ônibus da qual eu o perdera, porém, mais
tardar veio a notícia de que o mesmo não fora encontrado no ônibus em que fomos
transportados. Senti muita falta do cãozinho. Então, resolvi encontrar o dono
(ou dona) do cachorro. Coloquei um aviso no mural, e esperei. Depois de alguns
dias, já no meu horário de ir para a escola, estava conversando tranquilamente
com minha amiga Laura, quando apareceu um homem que eu conhecia me perguntando
se o anúncio no mural era meu. Disse que era, e ele me respondeu que o
cachorrinho de pelúcia era de sua filha, Júlia. Fiquei feliz por ter achado a
dona do cachorrinho. Como eu esperava, seu pai disse-me que a mesma estava desesperada
à procura do bichinho. Minha consciência ficou satisfeita, leve, feliz. Assim
como, pensei depois, a menina deveria ter ficado.
Dias
depois, no colégio, na área coberta, estávamos brincando de “pega-cachorro” (em
vez de pega-bola), obviamente de pelúcia, que um colega meu tinha trazido.
Minha melhor amiga jogou o bicho para mim, sendo que o mesmo atingiu o chão e
eu o juntei. Com medo de acertar as partes íntimas de meus colegas, joguei o
pobre bichinho no alto. Uma milésima fração de segundo depois, o mesmo atingiu
uma lâmpada. Um arrepio percorreu-me.
Que medo! Depois, notei que os cacos haviam atingido dois colegas meus.
Um deles disse que estava tudo bem, que não tinha se machucado, e que só estava
pouquíssimo preocupado com um pozinho que ouviu dizer que as lâmpadas soltavam.
O outro saiu contando vantagem (não era de se admirar: ele sempre foi assim). Fui
à secretaria narrar o que aconteceu, e a Liz (secretária) disse-me para voltar
quando batesse o sinal para o recreio. Magoei-me, pois tinha combinado com os
garotos uma “pelada” no ginásio. Mas... No recreio, fui para a secretaria morrendo
de medo. “Será que eu vou receber uma advertência, uma ocorrência negativa, uma
suspensão?”. Era nesse último que eu não queria pensar. Mas respirei
fundo e fui. Chegando lá, a Liz me disse que não aconteceria nada, para eu
ficar tranquila, que SE tivesse algum prejuízo maior, num caso de EMERGÊNCIA
mesmo, aí ia mandar a conta. Fiquei mais tranquila, e fui jogar futebol. Depois
da aula, eu tinha futsal. Pelo jogo inteiro eu fiquei pensando em como eu ia
contar para meus pais o “acontecido que aconteceu”. Era a única coisa que ainda
em incomodava. Mais tarde, a hora da revelação tinha chegado: e eu não tinha
outro remédio senão contar. Se mentisse, além de desgastar a confiança, eles
saberiam mais tarde. E se a conta aparecesse? Contei. Para a minha surpresa foi
que, ao contrário do que eu espero, eles não colocaram um ovo. Foram bem
tranquilos: disseram para me cuidar mais, para me afastar. E foi só. Em vez de
eles colocarem um ovo, fui eu que quase coloquei, só com a minha ansiedade. Mas
até hoje eu me pergunto: adiantou alguma coisa? A ansiedade, não. A coragem, é
outra história; bem melhor e bem diferente!
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