segunda-feira, agosto 17, 2015

Domingo do Abandono
Tudo isso começou no dia 16/08/2015, domingo, com a inocente ideia de irmos nos exercitar na BR 282, em Xanxerê. Porém, uma simples caminhada sempre nos rende surpresas, e talvez textos, para fazerem parte de um livro, como meu maior sonho. Uma caminhada que dá aventura...
Meu dia começou normal: acordei tarde (você, leitor (a), pode até achar esquisito: na nossa família, o “acordar tarde” quer dizer 06h00min da manhã!), tomei o café, nos vestimos e saímos para nos exercitar. Mamãe sugeriu irmos caminhar na BR 282, voltando pela Avenida Brasil. Fomos. Eu notei um cachorrinho, pastor alemão, nos seguindo. Nós estávamos na marginal, ele, coitado, no meio do asfalto. Minha mãe e eu tentamos chamar a atenção do mesmo, porém, infelizmente não tivemos sucesso. Um carro aqui, outro ali, vez por outra um caminhão... Ele só se desviava. Não dava a mínima para seu risco de atropelamento. O cachorro, mais rápido que nós, foi indo, indo, indo... Até se perder do olhar mais astuto. Não sabíamos se foi atropelado; se fora morto. Sabíamos apenas que estava abandonado. Sozinho.
Mais à frente, abaixo do viaduto, moradores de rua dormiam. Sua única proteção contra o vento não tão frio assim eram trapos gastos. Agora é que eu pergunto: qual é a “moradia de qualidade” e direitos iguais que nos prometeram? Qual é a estrutura que Xanxerê tem para tal? O homem, que não cuida de si mesmo, tem condições para cuidas de outras vidas? Apenas se uma sociedade der certíssima é que devemos reproduzi-la! Na nossa viagem, mais abandonados, sozinhos, sem nada para nada, onde vendemos o almoço para conseguir a janta e assim sucessivamente.
Andando um pouquinho mais, um cavalo magro e abatido dificultava a passagem de pedestres na marginal. Papai, olhando suas costelas de fora, comentou “esse aí deve ser um que sofria maus tratos”. Ele pegou uma corda, atou no cavalo e o conduziu para uma área fora da concentração de pedestres. Também ligou para a Polícia, avisando sobre o mesmo. Depois, ligou para a Polícia Rodoviária, que já ia dar um jeito na situação.
Depois de um trecho, vimos outro cachorro, peludo como uma ovelha, revirando lixo. Nem precisamos falar nada: era outro abandonado. Mamãe deu uma ideia:
_Bi, que tal você fazer um texto para o teu blog, retratando tudo isso?
Bem, mãe: aqui estou! Retratando esse mundo cheio de desigualdades, homem descuidando de si mesmo e matando-se quando destrói uma inocente árvore, que é também uma vida.

Nossa viagem terminou: retratando pouco, falando muito. O que quero é que, a partir desse texto, além de deixar corações felizes, faça o homem refletir sobre suas ideias. Veja: quem teria o “coração de pedra” ao abandonar um bichinho, cortar uma árvore, cortar a si mesmo? Deve ter ficado intrigado ao ler o “cortar a si mesmo”, não, leitor (a)? Pois vou esclarecer: ele corta possibilidades de um mundo melhor. O mundo que, só com todos tendo reais possibilidades de evoluírem, enfim, serem felizes, poderá existir.

2 comentários:

  1. Olá, Bianca!
    Como você evoluiu na escrita. Adorei teus últimos textos, especialmente o "domingo abandonado". Parabéns. Que tal escrever um sobre o caminhada da mamãe doutora?
    Bjs
    Lisane Segatto

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  2. O domingo do abandono não foi um dos meus melhores textos... Mas se você gostou, tudo bem! É uma boa dica, porém, se for escrever sobre a NOSSA caminhada, ficaria séculos no Microsoft Word!
    Obrigada!
    Beijinhos carinhosos da Bia.

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