A infância vista a partir
de Mais respeito, eu sou criança!
(Pedro Bandeira)
Conheci essa obra devido à realização de um
trabalho escolar e sou muito grata a Tatiana Bortolamedi, minha professora de
língua portuguesa, por ter me apresentado esta belíssima obra.
Trata-se de um livro de poesias que tem como “assunto
principal” os temas ligados a infância.
Na poesia Mais respeito, eu sou criança, o autor
fala sobre a visão adulta e a visão infantil do mundo. “Para que olhar por cima
do muro, se é mais gostoso escalar”? Na poesia, os adultos preferem “olhar para
uma pessoa e atrás dela ver o chão”, enquanto diz que a visão infantil fala que
“as crianças veem o céu, veem muito, muito mais”. Isso nos dá uma perspectiva
de que a visão adulta é limitada, fechada, sem outros horizontes a não ser daquele
“quadradinho” em que estão. Já as crianças põem mais criatividade e imaginação
na vida, em vez de “perder tempo engordando”, o que no meu entendimento o autor
usou associando a uma espécie de sedentarismo da criatividade dos adultos que
preferem ver o mundo da mesma forma que outros já viram, tendo medo de ousar e
ver diferente.
Na poesia Grande ou pequeno, Pedro Bandeira
escreva sobre as variações adultas ao falar com as crianças. Tem vezes que
dizem que somos muito pequenos para ouvir\saber tal coisa, outras vezes dizem
que somos grandes demais por fazer uma coisinha malfeita. “Afinal, quem eu sou?
Sou grande demais ou pequeno demais?” Já vivenciei isso, pois meus pais, vez
por outra comentavam:
_ Bianca! Que coisa mais feia! Isso é coisa
que uma menina da sua idade faria?
Então me pergunto: o que uma menina de minha
idade deve fazer? Sou grande ou pequena para quê?
Na poesia Não tenho medo de nada, o autor mostra
que o personagem, como diz o título, não tem medo de nada, enumerando assim do
que ele não tem medo. Porém, só é corajoso desse jeito no aconchego do colinho
da mamãe. Também sou assim. Para enfrentar um “monstro dos esgotos” (barata) só
mesmo quando meu pai está por perto. E quando é uma “invasora espacial de oito
pernas” (aranha), só mesmo se minha mãe estiver junto. Também! Quem não se “sente
em casa” quando os pais estão juntos?
Vai
já para dentro, menino é uma poesia que retrata perfeitamente
o dia-a-dia de várias crianças com seus “pais superprotetores”. Muitos pais nem
deixam a criança se molhar com medo de que “peguem um resfriado” ou alguma coisa
assim. Mas se a criança nunca se molhar, como aprenderá o que é chuva? Se não
ir para fora de casa e sentir o Sol, como ela vai saber o que é se queimar?
Como ela vai saber que a terra existe, se nunca se sujar? Tais coisas também se
tornam mais difíceis em um mundo cada vez mais urbano e violento, onde as
crianças não podem brincar livremente, mas, na maioria das vezes vivem
trancadas em apartamentos brincando de “assistir TV”, jogar Playstation, Xbox,
Minecraft...
O
que eu vou ser quando crescer? Essa é a pergunta que os
adultos mais gostam de fazer. Mas por que SÓ quando crescer é que eu vou ser
tal coisa? Cada criança já É um monte de coisa sem a intromissão dos adultos. “Eu
vou ser quem eu já sou nesse momento presente! Vou continuar sendo eu! Vou continuar
sendo gente!” Será que já não somos nada? Será que só vamos ser quando crescer?
Essa, sem dúvida, foi a pergunta que mais me irritou desde que eu era
pequenina.
_Netinha querida! O que você vai ser quando
crescer? Médica, advogada...
Isso
sem falar do apertão de bochecha grátis.
Quanto a’Os meus errinhos. Todos já erraram, mas
especialmente os adultos gostam de nos criticar por isso. Eles também já
erraram e todos necessitam errar. Errando e aprendendo. “Pais, professores,
adultos também já erraram à vontade, já fizeram sujeira e borrão. Ou vai dizer
que a borracha surgiu só nesta geração?”. Se até hoje os adultos cometeram seus
erros, será que as crianças também não podem errar?
Quem
sou eu? Afinal, quem sou eu? Sou a roupa que eu visto, ou o
calçado que eu calço. Sou o brinquedo eletrônico, ou o boné mais caro. Gente
grande nunca vai perder a mania de falar dos outros. Uma volta e meia no
quarteirão e já se ouve falar:
_Fulana! Você viu o tênis
horroroso do seu Filisbino? E aquele carrão estiloso do seu Pat A Ti?
Mas é aí que eu penso: eu sou o que visto, o
que tenho ou sou eu, mesma?
Por fim, em Brancos e negros, a poesia retrata
sobre a diversidade humana e a utilidade das cores brancas e das cores pretas.
Música era preta, pois só existia discos pretos. Papel preto não tem graça.
Para desenhar, tem que ser branco, mesmo. O leite é branco e o café, preto. Não
existe café rosa, nem mesmo leite azul. Então a cor da pele da pessoa não faz
diferença nenhuma. O que vale mesmo é o coração e os pensamentos das pessoas.
Lendo este livro, pude
concluir que de fato todos esses temas das poesias que escolhi para aqui
debater fazem parte da infância e deveriam ser mais conhecidos e refletidos,
tanto por crianças quanto por adultos para que a infância fosse um período de
liberdade criadora.
parabéns gatina eu adorei teus textos bjos te amo !!!!
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