Lixo: um
problema de cor e cheiro
Pela
praticidade, escolhemos as coisas mais fáceis de fazer ou preparar.
Oras, não é mais fácil e prático comprar um Miojo de micro-ondas
para o almoço do que ter de comprar o macarrão que não é
instantâneo e ainda por cima ter de prepará-lo? Não importa. Ambos
geram algo que existe, mesmo que longe do alcance dos nossos olhos: o
lixo.
Quem mora
em apartamentos sabe. Eu, por exemplo, levo o lixo para o ponto de
coleta do nosso andar todos os dias. Ora cheio, ora vazio, o lixo que
deixamos ali acumula tudo o que, supostamente, estraga e não pode
ser reaproveitado. Supostamente. O consumo ultrapassou os limites.
No lixo,
encontramos muitas coisas; desde fraldas usadas até materiais
tóxicos. Por falar neles, os mesmos estão muito presentes em nosso
dia a dia. Ou noite a noite. Sabia que nossos travesseiros são
revestidos de materiais tóxicos? Significa que você passa com a
cabeça apoiada num material tóxico pelo menos 8hs por dia.
Mas,
pessoal, convenhamos: não existiria TANTO lixo se não fosse pelo
consumo que corre desenfreado pelo mundo! Numa dessas muitas crises
que tivemos, a solução proposta não foi educação, segurança,
justiça, ética! Foi-nos incentivado a comprar, consumir, comprar,
consumir!
O
cidadão, hoje em dia, não é conhecido como educador, educando,
trabalhados, etc. Ele é visto como CONSUMIDOR.
Algumas
coisas nos levam a consumir. Se chutou “não se sentir bem consigo
mesmo” ou “consumir porque precisa, dãh”, errou. Agora, se
pensou em “mídia”, acertou (não que a mídia seja a única
coisa que nos leva a consumir; existem vários fatores, e a mídia é
só uma). Muitas crianças pedem para os pais comprarem coisas pela
propaganda de TV relacionado ao objeto, ou porque tem Elsa ou Bob
Esponja estampado na embalagem do produto.
Exemplos?
MCLancheFeliz. Você compra e… Surpresa! Junto, de “brinde”
(coloquei entre aspas pois NÃO é brinde, afinal, PAGAMOS por ele)
vem um brinquedinho que brincamos, no máximo, 30mins e jogamos no
armário ou no lixo, o que estiver mais perto.
O tal
brinquedinho fica esquecido, vemos mais TV, que diz que MCDonald's
lançou outro, compramos, brincamos, enjoamos, descartamos e por aí
vai. Mas esses “brinquedinhos”, feitos de plástico não podem
ser reciclados. Por quê? Porque plástico é feito de petróleo, o
que significa que jogamos um combustível fóssil valioso e escasso
fora toda vez que tomamos refrigerante (ou outros) e jogamos sua
embalagem fora.
Outra
coisa que critico é uma suposta solução para o problema do lixo:
os 3Rs. Reduzir, reciclar e reutilizar. Na minha opinião, reciclar
deveria ser nossa última opção para o autopoliciamento. Os meus Rs
ficariam assim:
REPENSAR
o que fazemos. Será que precisamos mesmo de tudo isso?
RECUSAR
tudo. Recusar tanta informação, recusar todo o ciclo capitalista de
viver.
REDUZIR o
nosso consumo. Não podemos parar completamente de consumir, mas
realizar o mesmo de uma forma reduzida.
REUTILIZAR
o que pudermos. Se não pudermos separar o lixo para a reciclagem,
reaproveitar é o melhor caminho.
RECICLAR
tudo. Não só o lixo, mas as ideias que temos agora para realmente
evoluirmos o mundo.
Mas,
espere! Há coisas que não podemos reciclar, como uma caixa de
leite, que possui uma camada de papel, metal e plástico. Dessa
maneira, é impossível separá-los. Isso é planejado pelos
produtores de tudo isso. Sabe como? De dois modos:
Obsolescência
planejada: um jeito bonitinho e complicado para se falar de uma coisa
é fabricada para ir ao lixo.
Obsolescência
perceptiva: a velocidade que eles acham para um produto estragar.
Viram
como é? Não se preocupe. Dá tempo para uma virada radical, no
consumo e no comportamento de todos. Recicle seus pensamentos e
antigas ideias. Recicle o mundo de hoje, torne-o melhor. Depende de
você.